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Duca Leindecker na Feira do Livro!

Duca Leindecker não para um minuto: começou a tocar antes dos 18 anos, desde 1992 está à frente da banda Cidadão Quem e há dois anos, iniciou o projeto ‘Pouca Vogal’ com Humberto Gessiger (Engenheiros do Hawaii). Ainda dentro da música, Duca produziu os três álbuns da banda santa-mariense Vera Loca, tem seu próprio estúdio de gravação onde a Nenhum de Nós gravou seu disco mais recente e produziu o DVD de seu trabalho no Pouca Vogal. Na literatura, Duca assinou duas obras: “A Casa da Esquina” (1999) e “A Favor do Vento” (2003).

No meio da apertada agenda de trabalho e da família, ele ainda teve tempo para aprender a pilotar helicópteros e está se preparando para provas da Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC).
Durante a passagem com o Pouca Vogal por Santa Maria (a dupla fez show no último sábado no Park Hotel Morotim), Duca aproveitou e foi até a Praça Saldanha Marinho conversar com o público no espaço Livro Livre, promovido pela Opps! Comunicação e Eventos. Sem a tradicional mediação – ele optou por liderar o bate-papo -, a conversa durou mais de uma hora com a praça lotada e Duca não sentou um segundo sequer. Arrancou risos do público com comentários aleatórios cheios de graça e, no final da sessão, foi enfático ao dizer que não tocaria nenhuma música.


O público lamentou em silêncio. Então Duca, que tem um carinho todo especial por Santa Maria desde seus catorze anos, pediu por um violão. Sentou-se à mesa e tocou “O Amanhã Colorido” e “Pinhal”, com direito a um coro tímido dos presentes. Agradeceu a presença de todos e fez a também tradicional sessão de autógrafos pós Livro Livre.
A CESMA Comunicação conferiu tudo de perto e ainda conversou com Duca no final da noite. Confira a entrevista na íntegra a seguir:


Cesma Comunicação – Em 1992, você foi convidado pelo próprio Bob Dylan, após o show de abertura em Porto Alegre [Duca, na época, tinha uma dupla com o instrumentista Frank Solari], para abrir todos os shows da turnê brasileira. Como foi na época e como você vê isso hoje?
Duca Leindecker – Acho que as coisas são como são. Na época, eu não dava muita bola pra Bob Dylan. Era um garoto e ele curtiu demais o que eu fazia, convidou pra viajar com ele e fomos, nos demos bem. Hoje, acho que teria mais noção de quem ele é e talvez não despertasse nele tanto interesse. Mas enfim, aconteceu no momento que tinha de que acontecer. As pessoas são muito parecidas, o Dylan é muito parecido com a gente. Claro que o jeito que a pessoa reage depende de quem ela é, e ele foi uma pessoa que reagiu muito bem numa época da vida dele que foi determinante pra mudanças até no mundo. É uma pessoa como qualquer outra, claro que tem sua genialidade. Eu, na minha vida, tive o privilégio de encontrar mitos e sempre achei que eram pessoas normais, então não construo muito essa coisa de mitos da música. Pra mim, são pessoas normais fazendo coisas incríveis.

Cesma Comunicação – Você está tirando brevê de piloto de helicóptero e por causa das provas da ANAC você mesmo disse que, no momento, suas leituras estão totalmente focadas nas provas. Como estamos em plena Feira do Livro é inevitável perguntar: qual o livro que pretendes começar a ler assim que finalizar os estudos?
Duca Leindecker – Eu ganhei um livro de mantras e comecei a dar uma olhada, mas tenho que estudar muito pra fazer a prova. Não estou estudando tanto quanto deveria e isso vai atrasar meu brevê, mas tudo bem. Tenho que estudar bastante. Depois que acabar toda essa função... Bom, leio as coisas que aparecem. Como já li bastante, às vezes por indicação de alguma pessoa. Depende do que rolar quando conseguir me liberar dos estudos mais direcionados. Acho que lerei algo relacionado com realismo fantástico, talvez.

Cesma Comunicação – Como a literatura influi nas tuas músicas? Já aconteceu de ler alguma coisa e se inspirar para melodia ou letra?
Duca Leindecker – O que nos inspira são as histórias, a memória que temos das coisas e o que pretendemos fazer. Os livros são histórias, histórias que temos na cabeça que passam a fazer parte das memórias, que se misturam com as memórias reais. Tudo compõe a essência que cria, a essência que é matéria prima para criar.

Cesma Comunicação – Tuas publicações são mais puxadas para a ficção, e as do Humberto [Gessinger] são mais documentais. Tem alguma pretensão de fazer uma “Pouca Vogal Literária”, unir as literaturas já que estão trabalhando juntos com música?
Duca Leindecker – Acho que não. Na verdade, não sei. Do futuro a gente não pode falar por que as coisas se transformam o tempo todo, mas a princípio, não. Trabalho de literatura é algo muito pessoal mesmo, e a música também não deixa de ser, mas até agora, fora “O Pequeno Gremista” que é um livro infantil, os outros dois livros do Humberto falaram mais sobre as experiências dele, totalmente documental. Eu sou mais ficção mesmo, então pode até vir a acontecer mas nunca pensamos nisso

Cesma Comunicação – Mas você não descarta a possibilidade no futuro...
Duca Leindecker – Nada eu descarto pro futuro, tudo pode acontecer. Se eu disser que não vai acontecer de repente acontece, então não dá pra afirmar ou negar. Não sabemos do futuro, nunca podemos determinar. Até comentei hoje que temos a ilusão de dominar nosso caminho, e o todo o tempo a vida fica dando porrada e dizendo “você achava que era por aqui, mas é por ali”. Claro que você tem que tentar direcionar a vida para o que você quer, mas tem que estar aberto a tudo que ela vai te impor e respeitar isso.
 

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